Tombamento histórico

Trabalho de professores e alunos garante preservação da história do Vale do Taquari

No imaginário das pessoas, o arquiteto é um profissional que apenas projeta e decora casas e ambientes. Mas ele também pode se dedicar ao processo de tombamento de edificações históricas.

De acordo com o coordenador do Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo da Univates (Emau), Alex Carvalho Brino, o projeto é realizado desde 2006 e atua principalmente na região alta do Vale do Taquari, abrangendo municípios como Anta Gorda, Putinga, Ilópolis e Arvorezinha.

A preservação da história da região e manutenção fiel e correta dos imóveis é um trabalho minucioso que auxilia na ampliação de rotas turísticas.

Conforme o arquiteto colaborador do projeto, Henrique Luis Viecelin Caumo, o processo de tombamento evita que se destrua edificações históricas e se perca importantes peças da memória do vale. “Cada projeto leva cerca de três meses entre catalogação de estrutura, materiais, patologias e estilos a fim de que se mantenha um padrão nas manutenções futuras, preservando a cultura dos nossos antepassados”, explica.

Brino comenta sobre a necessidade de tombamentos de patrimônios históricos no país. “Infelizmente não existe uma cultura muito forte de preservação no Brasil. Enquanto em outros países as pessoas mantêm naturalmente as estruturas culturais, aqui é necessário uma intervenção do Estado para que a história dos antepassados não suma das nossas paisagens”, compara.

Caumo cita a importância do processo de tombamento na cultura local. “A partir do momento em que fazemos um projeto e entramos com um processo de tombamento, é interditada qualquer intervenção no local, evitando demolições e danos à identidade do prédio”, diz.

Segundo ele, essas medidas garantem que o município tenha possibilidades de rotas turísticas que geram movimentação na economia local. “Um dos prédios que catalogamos para tombamento foi o famoso Museu do Pão, em Ilópolis”, relembra.

Propriedades

A Associação Caminho dos Moinhos e o Emau iniciaram em 2015, em Anta Gorda, o processo de tombamento da antiga sede da Madeireira Madeborg e do Moinho Dallé, ambos da Vila Borghetto, e de uma casa de arquitetura italiana, localizada na Linha Viena. Conforme Brino, o tombamento facilita o recebimento de verbas para restauro e manutenção, boa parte advindas da Lei Rouanet, que estimula a iniciativa privada a apoiar e investir no setor cultural.

Ele revela que entre os projetos para as edificações tombadas, está a construção de um pequeno restaurante em um dos moinhos, museu e oficina de marcenaria na Madeireira Madeborg.

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